Nem tudo o que cheira é Aromaterapia

sunset lavender_Olly Plumstead

Aromaterapia é uma das terapias naturais mais desconhecidas e mal compreendidas atualmente, não é surpreendente?! Parece que todo mundo conhece ou já usou. Há muitos produtos no mercado com esse nome, são muito populares, existem vários os tipos de aromas, incensos, xampus, tratamentos de salão de beleza e spa, é uma palavra muito popular hoje em dia … Porém não bem assim, e agora vamos explicar porquê.

Mas antes, é importante dizer algumas propriedades da Aromaterapia. Os aromas tem o poder de alcançar o nível do subconsciente e se conectam com as áreas do cérebro que governam nossas funções mais instintivas e relacionadas com a sobrevivência (memória, aprendizagem, reprodução), assim como as emoções. Outra curiosa propriedade é que nos dá a sensação de retorno Natureza, ou ainda nos faz acreditar que somos parte dela (uma característica que  vai de encontro com a necessidade de nossa sociedade atual, já que estamos nos sentindo tão “distantes” dela). Aproveitando isso, o mercado oferece todos os tipos de produtos com odores e aparências “naturais”, o que, em teoria, também nos oferece todos os benefícios da aromaterapia.

Então, o que é Aromaterapia e o que não merecem o nome? Como podemos distinguir os produtos que são e produtos que não são? Não é fácil, mas vamos dar uma orientação prática:

Para começar, Aromaterapia é uma terapia natural, um ramo da fitoterapia. Que através da utilização de óleos essenciais procura restabelecer o equilíbrio perdido no corpo. Eles atuam em todos os níveis: físico, emocional, psicológico e espiritual, isto é, eles podem “tocar” todas as realidades humanas.

I. Só se pratica Aromaterapia utilizando óleos essenciais puros.

II. Os óleos essenciais puros são extratos apenas vindos de plantas (não animal, mineral ou sintética artificial). E são extraídos, basicamente, por meio de destilação a vapor e prensagem à frio (casca de frutas cítricas).

III. É impressível que a destilação seja feita em tempo suficiente para que todos os componentes químicos do óleo essencial sejam extraídos, uma extração rápida, e portanto, mais comercial e econômica, não geram bons óleos essenciais. A rotulagem deve refletir fielmente o nome botânico da planta, de qual parte foi extraído e, se necessário, o quimiotipo (ex: Alecrim 1-8 cineol, Alecrim verbenona, etc). Portanto, é importante que ter conhecimento da procedência e confiança na empresa que produz ou comercializa o Óleo Essencial.

IV. Esse tipo de extratos de plantas, quando puro, têm aromas característicos, longe do açucarado exagerado e fragrâncias excessivamente enjoativas ou muito sofisticadas que só são alcançados com a química moderna.

V. Os óleos essenciais, como matérias-primas nobres, têm custos de produção significativamente mais altos que outras matérias-primas naturais. Os baixos rendimentos de algumas plantas e dificuldade de obtenção colocam os preços dos óleos essenciais algumas vezes mais caros que as fragrâncias sintéticas. Os preços de óleos essenciais tem grande variação, dependem da concentração na planta, país de origem, modo de extração, produção da planta, etc. Muitos aromatizadores de ambiente comerciais estão usando matérias-primas com baixas qualidades e muitas vezes causam desconforto, como dores de cabeça, dores de cabeça e até mesmo náuseas.

VI. Há muitos aromas 100% artificiais que possuem registro sanitário para uso em alimentos, farmacêutico e cosmético. O fato dos aromas artificiais possuírem registro, não os torna adequado para Aromaterapia, para utilizar esse termo os extratos utilizados nos produtos comerciais devem ser totalmente provenientes de plantas.

VII. Nenhum produto em Aromaterapia utiliza óleo mineral e não deveriam usar corantes ou conservantes artificiais prejudiciais para a saúde. Os óleos minerais não são absorvidos pelo tecido epitelial, então se há Óleos Essenciais misturados ao óleo mineral, esses não são absorvidos pela pele.  Os produtos com cores muito chamativas e brilhantes nos alertam sobre o uso desses componentes como prejudiciais. No mercado, há vários produtos que não se encaixam nesses critérios de qualidade e mesmo assim usam o termo.

Apenas a informação correta e imparcial e a formação profissional podem reverter o estado mal compreendido dessa nobre e bela terapia. Por fim, o objetivo aqui não é condenar “aquele ou este” produto, mas sim trazer ferramentas para orientar a escolha e levar a informação dos benefícios de óleos essenciais para o máximo de pessoas possível.

Texto: Tânia Cintra. Aromaterapeuta.

Imagem: Olly Plumstead

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